sexta-feira, 28 de julho de 2023

Colação de Grau - Julho 2023

Anfiteatro da Unip é palco de mais uma colação de grau

Guilherme Celestino, Mateus Pardinho,
Vitória Censi, Dandhara Galiano e
Coord. Prof. Rita Ibarra.
Em 28 de julho de 2023 ocorreu a colação de grau da 2a turma de Jornalismo e da 14a turma de Comunicação - Publicidade e Propaganda do campus Jundiaí. Nesta noite, diversos outros cursos também participaram da cerimônia, presidida pelo professor mestre Fernando Cirilo. 

A professora mestra Rita de Cássia Ibarra participou deste momento festivo dos cursos sob sua coordenação, proferiu o discurso ao grupo exortando aos presentes sobre a importância de saber que este final de ciclo sinaliza o início de seu percurso profissional, que deve ser pautado no respeito às pessoas e ao meio ambiente.

Os alunos iluminaram a cerimônia com seu olhar de esperança no futuro que abre suas portas para uma nova etapa de vida. Foram acarinhados pela presença de seus pais, irmãos, familiares e amigos.

Formandos:

Aos formandos, nossos votos de uma vida profissional feliz e produtiva.

Dandhara, Vitória, Mateus e Guilherme.
Formandos de Jornalismo.

Prof. Rita, Jailson e Thayna. Formandos de
Publicidade e Propaganda.

Anfiteatro da Unip-Jundiaí no dia da Colação de Grau.

Thayna de Melo Bertolani e Jailson Sena de Andrade.
 Formandos de Publicidade e Propaganda.

Mateus Pardinho e Guilherme Celestino - Jornalismo.

Guilherme Celestino - Jornalismo.

Vitória Censi Ribeiro - Jornalismo.

Jailson Sena de Andrade 
Publicidade e Propaganda.

terça-feira, 18 de julho de 2023

Tiago Lavinhati

Jornalista formado em dez. 2022
Por Tiago Lavinhati - julho 2023

Tiago Lavinhati. Arquivo pessoal.
Durante meu período acadêmico no curso de Jornalismo na Unip-Jundiaí, tive a oportunidade de adquirir uma ampla gama de habilidades e conhecimentos que foram essenciais para eu conseguir uma vaga de estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Louveira.

Primeiramente, o curso de Jornalismo me proporcionou uma base sólida em teoria e prática. Aprendi os fundamentos do Jornalismo como redação, pesquisa, entrevistas e edição de texto. Além disso, desenvolvi habilidades em Redação Criativa, Escrita Jornalística e Storytelling, que são vitais para engajar o público e transmitir informações de maneira clara e concisa.

Durante minha graduação, tive a oportunidade de me envolver em projetos práticos. Essas experiências me permitiram aplicar os conceitos aprendidos em sala de aula na prática, ganhando confiança e aprimorando minhas habilidades profissionais.

Tiago Lavinhati. Arquivo pessoal.
Ao longo do curso, também pude explorar diferentes áreas do Jornalismo, como Jornalismo Investigativo, Jornalismo Digital e Assessoria de Imprensa. Essa diversidade de conhecimentos me tornou um estagiário versátil e adaptável, capaz de lidar com os desafios e demandas do mercado atual. Isso se tornou mais evidente por conta da minha característica de estar sempre à disposição para ajudar no que for preciso.

O curso de Jornalismo me proporcionou uma compreensão profunda das questões éticas e legais que envolvem a profissão. Aprendi a importância de pautar meu trabalho pela imparcialidade, veracidade dos fatos e respeito à privacidade das pessoas.

Tiago Lavinhati. Arquivo pessoal.
Graças ao aprendizado adquirido durante meu curso de Jornalismo, pude evidenciar essas habilidades durante o estágio, o que resultou em uma contratação efetiva. Os conhecimentos teóricos e práticos que obtive me ajudaram a produzir conteúdo de qualidade, aprofundar minha pesquisa e entrevistas, além de me tornar um comunicador eficaz para a Prefeitura.

Foram dois anos completos de estágio na Assessoria de Imprensa na Prefeitura de Louveira, nos quais, durante esse período, fui me aprimorando cada vez mais com o que era ensinado na Universidade. Quanto terminei o estágio, eu já estava formado no curso, então a diretoria resolveu me efetivar.  Graças aos ensinamentos e à oportunidade aproveitada, não fiquei um único dia desempregado.

Em suma, o curso de Jornalismo foi fundamental para minha contratação efetiva como estagiário. Ele forneceu a base necessária de conhecimentos, habilidades e princípios éticos que me permitiram prosperar profissionalmente. Estou imensamente grato por ter tido a oportunidade de estudar Jornalismo na Unip-Jundiaí e estou ansioso para continuar crescendo e contribuindo para a área.

Tiago Lavinhati. Arquivo pessoal.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Cuidando da autoestima

Cuidados pessoais, beleza e autoestima
Por Dandhara de Carvalho Galiano - junho 2023

Dandhara de Carvalho Galiano.
Dandhara de Carvalho Galiano, estudante do 8° semestre de Jornalismo, na Unip-Jundiaí, tem 23 anos e é apaixonada por moda e livros. Neste podcast, ela entrevista algumas pessoas que trabalham com cuidados pessoais e beleza e que, com seu trabalho, contribuem para que as pessoas melhorem sua autoestima. Dandhara também entrevista uma pessoa que mudou com a família para a zona rural da região de Jundiaí para uma vida mais tranquila (em contato com a natureza) e que encontra, na relação com os pets, uma forma simples de melhorar sua relação consigo mesma.

Acesse o podcast aqui.

Relação dos episódios:
  • Episódio 1 - Entrevista com Gilmara Santos - Cabeleireira
  • Episódio 2 - Entrevista com Eliana Maria Reis Santos - Beleza negra
  • Episódio 3 - Entrevista com Bruna Fernanda da Silva Gutti - Estética corporal
  • Episódio 4 - Entrevista com Júlia de Freitas - Estética facial
  • Episódio 5 - Entrevista com Elis Regina de Souza Malheiros - Exercícios físicos
  • Episódio 6 - Entrevista com Joyce Resende Carrilho - Cirurgia plástica
  • Episódio 7 - Entrevista com Daniela Marinho - Boa alimentação
  • Episódio 8 - Entrevista com Raquel Ferreira da Silva - Lingerie
  • Episódio 9 - Entrevista com Isabela Cunha Doutel - Pets
  • Episódio 10 - Entrevista com Isabela Cunha Doutel - Vida ao ar livre

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Alimentação e saúde mental

Saúde mental: como a alimentação pode interferir
Por Virginia Antony

Qual a relação entre a saúde mental e a alimentação? O consumo dos alimentos, pode gerar impactos positivos e negativos no dia a dia? O que fazer para mudar o que for preciso a fim de alcançar a sensação de bem-estar com a alimentação?

Esses são alguns dos muitos questionamentos que fazemos quando se pensa em alimentação e saúde mental. Quando o assunto é qualidade da alimentação, estudos afirmam que os efeitos podem ser positivos ou negativos, tanto para o corpo, quanto para a mente.

Fernanda Marques, nutricionista.
Fernanda Marques, nutricionista, explica que o corpo funciona como um depósito e o que se consome determina reações positivas ou negativas na saúde. Segundo ela "à medida que a pessoa vai ingerindo alimentos que não são saudáveis, o corpo responde de forma negativa e, daí, vêm os resultados como a insônia, a ansiedade e o estresse".

A nutricionista faz um alerta a respeito da importância de se ter mais atenção e cuidado ao ingerir alimentos ultraprocessados, como biscoitos recheados, refrigerantes açucarados, pizzas congeladas, alimentos com excesso de açúcar, sódio, corantes e que, também, contêm diversas outras substâncias para aumentar o prazo de validade nas prateleiras dos supermercados. Para ela, "esse excesso pode causar alguns distúrbios alimentares e, devido a esses distúrbios, as pessoas passam a evitar relações sociais podendo resultar, também, em depressão".

Se, por um lado, existe uma infinidade de alimentos de fácil acesso e inadequados para a saúde física e mental, por outro, existe a opção de se consumir alimentos mais saudáveis e que podem garantir maior vitalidade, energia e sensação de bem-estar.

A alimentação equilibrada e nutritiva conta com uma variedade de grãos, frutas, legumes, sementes, cereais e proteínas. A nutricionista afirma que é importante "ingerir alimentos naturais, com baixo teor de gordura saturada e sódio". Há uma grande variedade de alimentos que possuem vitaminas que ajudam no melhor funcionamento do cérebro. E, quando o assunto é sentir-se bem, o destaque vai para a serotonina que é um neurotransmissor que atua no cérebro e tem a função de enviar informações para outras células nervosas e do corpo.

Uma das principais funções da serotonina está ligada aos sentimentos de satisfação e bem-estar. Isso porque ela é importante por regular o humor, o apetite, o sono, o ritmo cardíaco, a temperatura corporal, a ansiedade e a libido. Além disso, também é grande  aliada do bom funcionamento cognitivo, auxiliando na percepção, memória, atenção e raciocínio, entre outros diversos benefícios que colaboram para a manutenção da saúde mental.

O grande responsável pela produção da serotonina é o aminoácido tripofano, que funciona como precursor, já que o corpo humano não o produz. O tripofano é adquirido por meio da alimentação rica em nutrientes que engloba uma variedade de alimentos entre carnes, laticínios, grãos, frutas e sementes. Ou seja, boas escolhas alimentares e uma alimentação balanceada e nutritiva tem relação direta com a sensação de bem-estar.

Entre as frutas mais ricas em tripofano estão o abacaxi, abacate, banana e kiwi. Nos cereais o tripofano é encontrado na aveio, arroz e milho. Nas leguminosas aparece no feijão, grão de bico, ervilha e lentilha. Nas proteínas ele está nas carnes, peixes, ovos, leite e seus derivados. Também se faz presente em sementes oleaginosas como as amêndoas, castanha do Pará, castanha de caju, nozes e amendoim. Não se esqueça dos vegetais como brócolis, tomate, rúcula e cogumelo.

Agora que você já conhece as vantagens de uma boa alimentação para a saúde física e mental, não deixe fora da próxima lista de supermercado os alimentos ricos em tripofano, pois esse aminoácido se converterá em serotonina, que é essencial para a vida de modo geral.


terça-feira, 11 de julho de 2023

Teatro, Pod"e"?

Teatro, Pod"e"?
Por Vitória Censi - junho 2023

Vitoria Censi.

Vitória Censi, 22 anos, é atriz, está cursando o último semestre de Jornalismo na Unip-Jundiaí e é muito apaixonada pela arte e comunicação. Nascida em Jundiaí é uma pessoa falante, criativa e muito curiosa.

Criou o podcast Teatro, Pod"e"? que tem como objetivos mostrar os benefícios que o teatro proporciona na vida pessoal de quem trabalha com teatro, como ele auxilia no crescimento e na desenvoltura infantil, como gera milhares de empregos por ano e seu impacto na nossa cultura e economia. Também aborda o teatro como um empreendimento, mostrando que é possível viver desta arte tão linda e rica, pois são muitas as possibilidades de crescer e ganhar dinheiro com o teatro. 

Para isso, Vitória Censi entrevistou: Gabriela Gonçalves, Gabriella Barros, Edi Zanotti, Ana Claudia Braga, Wesley Brogini, Fernando Luiz e Bella Perez.

Acesse o podcast aqui.

Relação dos episódios:
  • Episódio 1 - Mas, Teatro Pod"e"?
  • Episódio 2 - Bella Peres
  • Episódio 3 - Fernando Luiz
  • Episódio 4 - Wesley Brogini
  • Episódio 5 - Ana Claudia Braga
  • Episódio 6 - Edi Zanotti
  • Episódio 7 - Gabriella Barros
  • Episódio 8 - Grabriela Gonçalves
  • Episódio 9 - Karina Brando
  • Episódio 10 - Fim da 1a temporada

segunda-feira, 10 de julho de 2023

Música, diversão e arte

Artverso - Música, diversão e arte
Por Virginia Antony

Um dos acontecimentos mais marcantes da Unip, campus Jundiaí, no ano de 2022, aconteceu na terça-feira, dia 17 de maio de 2022: o ARTVERSO, evento organizado pelos alunos do 5° semestre do curso de Publicidade e Propaganda e que levou mais conhecimento para todas as pessoas que estiveram presentes no local.

O nome ARTVERSO faz alusão ao Metaverso, uma das mais recentes invenções tecnológicas que remete à imersão a um ambiente virtual de realidade aumentada. O evento teve como finalidade proporcionar um mergulho na história da arte em suas diversas expressões, e que, geralmente, se faz presente quando o assunto é publicidade e propaganda.

Mais do que colocar em prática o conteúdo aprendido em sala de aula, as pesquisas, habilidades e a boa vontade de todos (alunos, funcionários e professores) foram ingredientes importantes para dar vida ao ARTVERSO. Dividir a organização do evento com os estudos e o trabalho, também não foi tarefa fácil para os alunos, mas valeu a pena. "Não foi fácil, mas rolou", disse Laura Bueno, estudante do 5° semestre do curso de Publicidade e Propaganda.

Alunos do 5° semestre de Publicidade e
Propaganda, 
com a professora Daniele Savieto.
Vinicius Tolentino, aluno e um dos organizadores do evento, disse que a intenção foi mais do que ampliar o conhecimento, mas sim, levar aos que estiveram presentes uma mensagem do que é arte. 

"Muitos acham que arte é simplesmente o que se vê no museu, como quadros pintados por Da Vinci, Michelangelo etc., mas arte é muito mais que isso, é tudo aquilo que criamos. Tudo o que vemos é um tipo de arte", disse Vinicius. 

O aluno ressaltou as diversas manifestações artísticas de rua, por exemplo, que trazem proximidade com o dia a dia das pessoas.

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAS -
Um mural de fotos com diversos acontecimentos que marcaram a nossa sociedade estava lá para contar um pouco da história por meio das imagens, "a gente colocou aqui, nesse painel, diversas coisas que aconteceram: construções, democracia, ditadura, datas que fizeram 'a diferença' segundo nosso ponto de vista", disse o aluno Mateus Novato.

Além da história, as fotos também revelaram o uso das novas técnicas e tecnologias que foram surgindo com o passar dos anos. "A nossa intenção com nesse painel é, justamente, mostrar a história da fotografia e o avanço dela conforme o tempo foi passando. Trouxemos algumas imagens publicitárias que marcaram nossa sociedade e estamos mostrando a transformação proporcionada pelas novas tecnologias fotográficas que foram surgindo", concluiu Mateus.

A seguir um vídeo sobre a exposição de fotografias na ARTVERSO.

  


MUSICALIDADE - A história da música nacional também marcou presença neste evento. Canções de diferentes períodos da sociedade, e que deram voz à democracia, como a Tropicália (lembrada até hoje), foram marcantes. "Eu acho muito legal trazer a identidade musical do Brasil. É muito bom conhecer músicas como a Tropicália, que era uma expressão do movimento de resistência da época, como também ver como se consolidou o estilo sertanejo, a MPB (Música Popular Brasileira) entre outros estilos musicais. A gente só ouve pop e Anita atualmente, mas para chegar até aqui houve muita coisa que é importante conhecer", disse a aluna Nicoly Russo, do 5° semestre do curso de Publicidade e Propaganda.

Bruna Ryan.
Já a música ao vivo ficou por conta da musicista convidada, Bruna Ryan (aluna do curso de Jornalismo), que falou a respeito da experiência de se apresentar na faculdade. "Foi enriquecedor, uma experiência gostosa. Poder conhecer e conversar com pessoas de outros cursos é muito bom, como artista e como aluna", disse ela. Bruna aproveitou, também, para ampliar o seu público: "apresentar-se na Unip é uma oportunidade única por questão de exposição. São muitos cursos, muitas faixas etárias... homens, mulheres, muita gente passando no pátio. A gente consegue alcançar outras pessoas com a nossa arte, pessoas que normalmente não são encontradas nos bares noturnos nos quais eu costumo me apresentar", afirmou Bruna.

ARTE EM SUAS DIVERSAS EXPRESSÕES - Um varal de jaquetas personalizadas, pintadas à mão e cheias de expressão, estava no pátio chamando a atenção dos que passavam. Esta foi a forma que Igor Nogueira, também aluno do 5° semestre de Publicidade e Propaganda da Unip-Jundiaí e empreendedor, encontrou para expor e divulgar sua arte. Foi muito legal poder divulgar meu trabalho aqui na Unip", afirmou ele.

Jaquetas personalizadas por Igor Nogueira.

Além das apresentações musicais, da exposição de fotografias e das jaquetas personalizadas a ARTVERSO também trouxe uma exposição de quadros, apresentação de danças e outras atividades artísticas que encantaram os que estiveram presentes.

O estudante de Jornalismo Lucas de Andrade Lindolfo definiu o evento como "uma noite de cultura e aprendizado", disse ele. A variedade de objetos de arte, bem como as apresentações, exposições etc., fizeram da noite do dia 17 de maio um momento memorável e uma das noites mais especiais do ano de 2022 na Unip-Jundiaí.

Pátio da Unip-Jundiaí no dia do ARTVERSO.
  

Exposição de quadros.




domingo, 9 de julho de 2023

Saúde para corpo e mente

Os exercícios físicos ajudam na saúde mental
Por Virginia Antony

Que a prática de atividades físicas traz inúmeros benefícios para a saúde, não é novidade. As vantagens vão além das mais conhecidas, como o auxílio na perda de peso, redução do risco de desenvolver doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, e também, garantir ossos e músculos mais fortes. Ela ainda é uma grande aliada quando o assunto é manter a saúde mental.

A saúde mental de muitas pessoas foi afetada durante a pandemia do novo corona vírus e impactou a vida de milhares de pessoas, seja por motivos da própria doença, seja pelas consequências geradas, tais como, isolamentos, restrições, receios e incertezas. E, para driblar todas as sensações desagradáveis (não só desse período), conversamos com o personal trainer William Ribeiro, para saber como tirar melhor proveito dos exercícios e alcançar a tão desejada saúde mental.

William Ribeiro. Arquivo pessoal.
William Ribeiro nos explica que a prática de exercícios físicos desencadeia reações metabólicas em que há liberações hormonais específicas durante e após a realização dos mesmos. "Esses hormônios agem em diversas funções, como por exemplo, a endorfina que age em resposta à dor e ao estresse, causando a sensação de bem-estar", diz ele. Além dos fatores hormonais, o bem-estar gerado também tem relação com a interação social que acontece (geralmente no campo esportivo) e que envolve outras pessoas.

Segundo ele, existem evidências científicas que afirmam ser a prática de exercícios físicos excelente para prevenir e melhorar sintomas de depressão, ansiedade, transtorno bipolar etc. Para a depressão, tanto o exercício aeróbico quanto o de resistência mostraram-se eficazes na redução dos sintomas quando mantidos por 90 minutos semanais, o que equivale a cerca de 30 minutos, três dias por semana.

Há uma variedade de exercícios que podem ser realizados de acordo com o desejo e as pretensões de cada pessoa, mas William Ribeiro esclarece que "quando se visa à qualidade de vida, é importante buscar exercícios que ajudem a pessoa a viver de maneira plena, ou seja, que ajudem na postura física, que tenham movimentos variados e que explorem as funcionalidades do corpo".

No entanto, para começar a se exercitar não precisa, necessariamente, frequentar uma academia. Algumas atitudes já fazem considerável diferença, entre elas estão: caminhar, andar de bicicleta, fazer natação, preferir escadas em vez de escadas rolantes e elevadores, ou seja, se movimentar.

As sensações de bem-estar são percebidas por quem faz exercícios físicos regularmente, pois garantem maior energia física, um sono mais tranquilo e, até mesmo, melhora da memória. Mas antes de calçar o tênis e vestir roupas adequadas, é importante consultar um médico e fazer os exames necessários quando suspeitar de algum fator que possa causar danos à saúde. É importante estar sempre com os exames médicos em dia.

Praticar atividades físicas ajuda a aliviar as tensões do dia a dia, proporcionam momentos de lazer, você pode fazer novas amizades (se forem atividades de grupo), conhecer novas pessoas, aumentar sua expectativa de vida, evitar doenças causados e/ou agravadas pelo sedentarismo etc... Enfim, os benefícios são inúmeros. 

sábado, 8 de julho de 2023

Apresentação de TCs - dez. 2022

Alunos de Jornalismo apresentam seus TCs em dez. 2022
Por Virginia Antony

Na noite do dia primeiro de dezembro de 2022, aconteceu, no anfiteatro da Unip de Jundiaí, a apresentação dos Trabalhos de Curso dos alunos de Jornalismo. Ao todo foram seis exibições de produtos jornalísticos produzidos pelos alunos durante o segundo semestre de 2022.

Entre documentários, webdoc e podcasts, histórias de vidas foram compartilhadas através dos projetos jornalísticos. Foram meses de elaboração de conteúdo e pautas, entrevistas, produção e edição para chegar no produto final, colocando em prática técnicas jornalísticas para apresentar informações de assuntos atuais e relevantes para todas as pessoas que estiveram presentes nesse dia., como também, às que acessaram esse conteúdo por meio das plataformas digitais.

Mateus, Verci Bútalo, Luana
e Guilherme. Arquivo pessoal.

1 -
A exibição do documentário Verci Bútalo - Uma mulher inspiradora, abriu a noite de apresentações. Em um vídeo de quase 30 minutos, a história de vida da fundadora do Grendacc - Grupo de Defesa da Criança com Câncer, foi contada através dos depoimentos e relatos dos entrevistados, com a participação da própria Verci Bútalo (presente na apresentação), que dividiu suas motivações para a criação do Grendacc que completou 27 anos de existência. 

A produção foi realizada pelos alunos Guilherme Celestino, Luana Roik e Mateus Pardinho. 

Acesse aqui o documentário: Verci Bútalo - Uma mulher inspiradora.

Capa do podcast Curuquim.
2 - O segundo grupo a se apresentar foi o do podcast Curuquim, que conta, em três episódios, assuntos relacionados a Serra do Japi, localizada em Jundiaí e região, como a especulação imobiliária com seus problemas, dilemas e repercussões no meio ambiente. 

Episódio 1 - Especulação Imobiliária na Serra do Japi
Episódio 2 - Impacto na Fauna e na Flora
Episódio 3 - A Serra e a Pressão Urbana

O podcast Curuquim foi produzido pelos alunos Anderson da Silva, Anthony Muniz, Lucas Guaratini e Ricardo José.

Acesse aqui o podcast: Curuquim 


Virginia e Dandhara. Arquivo Pessoal.
3 -
 Na sequência, foi a vez da apresentação do webdoc Gravidez na Adolescência em Fatos e Relatos que traz um panorama sobre o tema e as diversas situações que envolvem esse fenômeno social. As alunas fizeram entrevistas com mulheres que foram mães na adolescência e, também, com profissionais que lidam com esse público. O webdoc foi realizado por Dandhara Galiano e Virgínia Antony.

Acesse aqui o webdoc: Gravidez na Adolescência em Fatos e Relatos.


Lucas e Tiago. Arquivo pessoal.
4 - 
A quarta apresentação foi do podcast Movimento é Vida, da dupla Lucas de Andrade Lindolfo e Tiago Lavinhati. Esse podcast traz entrevistas com pessoas que praticam exercícios físicos abordando a importância e os efeitos dessa prática na infância, adolescência, vida adulta e na terceira idade. São oito episódios que incluem entrevistas com: pessoas que praticam alguma atividade física, personal trainer, fisioterapeuta e nutricionista.

Estrutura do podcast: Introdução; Atividade física na vida de uma criança; Atividade física na adolescência, Atividade física na vida de um adulto; Atividade física na terceira idade; Atividades físicas em uma pessoa com deficiência; O que é Fisioterapia? E Pilates, é para todos?; O papel do personal trainer; A diferença de ter o acompanhamento de um nutricionista; Conclusão.

Acesse aqui o podcast:  Movimento é vida.

Bruna e Isabela. Arquivo pessoal.
5 - A dupla formada por Bruna Ryan e Isabela Doutel apresentou o podcast Impactos de vida, que traz, em seu conteúdo, relatos de pessoas que tiveram suas vidas atingidas e impactadas pela pandemia da Covid 19 na região de Jundiaí. O podcast conta com três episódios.

Episódio 1 - Novos desafios do século XXI - Pandemia
Episódio 2 - Impactos de vida e relatos pessoais
Episódio 3 - Impactos de vida e ambientais: não será a última pandemia

Acesse aqui o podcast: Impactos de vida.

Raquel e Vitoria. Arquivo pessoal.
6 - 
Para fechar a noite com leveza e arte, foi exibido o documentário No ritmo da arte produzido pelas alunas Raquel Cerqueira e Vitória Censi. O documentário traz entrevistas com diferentes artistas da cidade de Jundiaí que dividem suas motivações com a arte.

Acesse aqui o documentário: No ritmo da arte.

Na banca examinadora estiveram presentes a professora e coordenadora Ma. Rita de Cássia Ibarra e as professora Sandra Cristina Pedri e Juliane Cavalcante Vitoriano Silva. Entre os convidados da noite estiveram alguns dos entrevistas nos diversos trabalhos apresentados pelos alunos, bem como, familiares e amigos que foram prestigiar as apresentações.


Turma de Jornalismo - UNIP-Jundiaí com as professoras 
Sandra, Juliane e a coordenadora Rita.
Foto: Arquivo pessoal.






sexta-feira, 7 de julho de 2023

Cinema: a vida e a carreira de Stanley Kubrick

Stanley Kubrick - Um gênio um tanto fantástico
Por Anthony M. D. Muniz

"Se pode ser escrito, ou pensado, pode ser filmado." - Stanley Kubrick.

Há poucas figuras na história do cinema que tiveram uma filmografia tão singular e influente quanto a de Stanley Kubrick. Ele foi um diretor que se aventurou em diferentes décadas, gêneros e maneiras de se fazer cinema.

Stanley Kubrick durante as gravações
de "Barry Lyndon". Fonte: Wikipedia.
Ele nasceu em 26 de julho de 1928 no Bronx, em Nova Iorque. Filho de pais nova-iorquinos (Jacques Leonard Kubrick e Gertrude Kubrick) de famílias judias originárias da Europa Central, ele cresceu em um apartamento com a sua irmã, seis anos mais nova, com quem dividiu uma infância tranquila. Ele foi um aluno de desempenho baixo, sendo a matéria de Física a única em que ia, de fato, bem durante as aulas. Mesmo assim, sempre demonstrou uma personalidade inteligente e analítica. Essas qualidades encontraram vazão após seu pai ensiná-lo a jogar xadrez aos 12 anos de idade, esporte em que se desenvolveu com muita habilidade, permitindo com que ganhasse alguns poucos dólares em competições. Mas, mais importante que isso, essa destreza no xadrez lapidou a sua capacidade de análise e reflexão, marca essencial dos anos que se seguiram como diretor.

Nesse início da adolescência, além do xadrez, outro interesse se destacou com clareza para ele: o Jazz. Além de um ouvinte assíduo e extremamente interessado nos artistas daquela época, ele tocava bateria e tinha uma profunda vontade de se tornar um baterista de Jazz profissional. Mas, esses interesses junto a sua mediocridade escolar fizeram com que seu pai se preocupasse com o que ele poderia fazer de seu futuro. Com a intensão de desviar essas "obsessões" da mente do filho, seu pai o presenteou com uma câmera fotográfica Graflex. O resultado não poderia ser mais favorável.

Fonte: ilmondodelleimmagini.altervista.org.
Tendo recebido essa câmera de presente aos 15 anos de idade, o diretor passou a dedicar seu tempo ao hábito fotográfico, desenvolvendo um talento admirável. Logo tornou-se o fotógrafo oficial de seu colégio, conseguindo que algumas de suas fotos fossem expostas. Foi nessa época que, em uma manhã de abril de 1945, enquanto ia para o colégio, ele tirou uma fotografia que seria crucial para a sua vida. Ele fotografou um cabisbaixo e cansado jornaleiro diante das manchetes que anunciavam a morte de Franklin D. Roosevelt, capturando com extrema perspicácia o sentimento que havia assolado o país. Essa fotografia acabou sendo vendida para a revista Look por 25 dólares e, um tempo depois, ele foi contratado, aos 17 anos, como fotógrafo pela chefe do departamento de fotografia da revista, Helen O'Brien. A partir daí, seu trabalho como fotógrafo se expandiu notavelmente, sendo muito reconhecido pelo seu talento.

Durante esses anos de trabalho, Kubrick viveu uma tremenda expansão cultural e pessoal. Ele tornou-se um leitor prolífico e, também, esse trabalho lhe permitiu viajar por muitas partes dos Estados Unidos e por algumas partes do mundo. Esse momento de formação intelectual fez com que ele se inscrevesse como ouvinte na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, onde assistiu às aulas de Lionel Trilling e Mark Van Doren.

Seu envolvimento com a fotografia fez om que seu interesse pela construção das imagens e, consequentemente, pelo cinema crescesse rapidamente. Foi então que decidiu sair de seu trabalho carregando com ele o desejo de se tornar um cineasta.

O reencontro com um antigo amigo do colégio, Alexander Singer (que futuramente seria diretor também), fez com que surgisse uma oportunidade. Singer trabalhava como assistente na March of Time, na época uma célebre série de atualidades cinematográficas, e soubera que seus patrões gastavam cerca de 40 mil dólares para a feitura de filmes de oito ou nove minutos. Juntos, Kubrick e Singer, decidiram fazer um curta-documentário que custaria dez vezes menos. Sendo assim, a primeira produção de Stanley Kubrick foi "O Dia da Luta" (1951) sobre o boxeador de peso médio Walter Cartier, sobre o qual o diretor já havia feito uma reportagem fotográfica para a Look. Mas o curta, que foi feito em 35 mm, não foi comprado pela March of Time, que ofereceu pelo filme um valor menor que o do orçamento, mas adiantando a ele 1.500 dólares na sua produção seguinte, "Flying Padre" (1951). Esse foi outro curta-documentário sobre um padre que viajava de uma paróquia indígena a outra, no Novo México, em um Piper Cub (um avião monomotor a pistão, fabricado de 1937 a 1947).

Depois desses dois empreendimentos, ele sai definitivamente de seu trabalho como fotógrafo da Look e decide começar a trabalhar em sua primeira ficção em longa-metragem. É então que lança "Medo e Desejo" (1953), uma produção pequena que, mesmo feita com recursos escassos, consegue chamar a atenção da crítica, despertando a vontade de investir em outra produção. Curiosamente, anos depois do lançamento, Kubrick ficaria tão envergonhado com esse primeiro longa que tentou retirá-lo de circulação de todas as maneiras possíveis.

Nos três anos seguintes ele trabalhou em outras três produções: o curta-metragem "The Seaferers" e os longas "A Morte Passou por Perto" e "O Grande Golpe", que o ajudaram a expandir suas habilidades narrativas, especialmente os dois longas-metragens (que foram muito inspirados nos filmes noir produzidos na época). Mas, foi somente seu filme seguinte que teve impacto considerável em sua carreira, "Glória Feita de Sangue".

Filme: Glória Feita de Sangue.
Fonte: Papo de cinema.
Lançado em 1957, o longa aborda o julgamento de uma tropa francesa que, durante a Segunda Guerra Mundial, se recusou a participar de uma ofensiva, claramente suicida, contra o inimigo. Por causa dessa ação, todos foram acusados de covardia pelo general. O comandante deles (interpretado por Kirk Douglas), para defendê-los, tenta dissuadir o general de medidas mais drásticas. Com forte discurso antiguerra, passamos a acompanhar o avanço "desesperançoso" do comandante enquanto nos damos conta, junto com o protagonista, dos movimentos injustos das guerras, que descartam soldados como peças de um tabuleiro inconsequente. Um dos momentos mais memoráveis do longa é o final do filme, em que vemos um grupo de soldados se emocionarem com uma canção cantada por uma refugiada alemã (interpretada por quem seria a terceira esposa de Kubrick e com quem viveria até o fim de sua vida). Até hoje, esse é considerado um dos melhores filmes sobre guerra de todos os tempos.

Este filme lançou Kubrick entre os diretores mais promissores da sua época, mas, antes que pudesse trabalhar em uma produção mais autoral, acabou sendo convidado por Kirk Douglas para trabalhar na direção de "Spartacus", um grande épico hollywoodiano. O convite se deu graças a amizade de Kubrick e Douglas depois do último trabalho juntos. Ele acabou aceitando a oferta.

A produção foi cara e caótica, com várias discordâncias criativas e atrasos. Apesar disso, o filme acabou sendo lançado em 1960 e tornou-se um sucesso de público e crítica, ganhando, inclusive, 4 Oscars, o que ajudou a salientar sua posição de bom profissional em Hollywood. Isso por ter conseguido terminar a produção, mesmo com dificuldades, e ter garantido o sucesso.

Todo esse tumulto fez com que ele desejasse não mais trabalhar em Hollywood e, então, mudou para a Inglaterra. Ainda assim, teve de retornar aos EUA para as filmagens de seu filme seguinte: "Lolita" (1962).

Assim como o romance no qual o filme foi baseado, o lançamento foi polêmico por apresentar na história o ponto de vista de Humbert Humbert, personagem que fica interessado em sua enteada de apenas 12 anos de idade (a personagem-título, Lolita). A partir desse filme, o diretor passa a utilizar o humor negro para compor as cenas, trazendo o absurdo e a excelência técnica da produção. O sucesso lhe garantiu uma indicação ao Oscar de Roteiro Adaptado, que foi escrito pelo autor do livro original, Vladimir Nabokiv.

Em 1964 ele lança uma de suas obras mais memoráveis: "Dr. Fantástico". Ambientado em uma versão fictícia da Guerra Fria, o longa acompanha uma série de personagens que precisa lidar com uma inesperada ameaça nuclear de um general americano que autoriza o lançamento de mísseis nucleares dos EUA contra a, então, União Soviética. Numa "sala de guerra" os membros do governo (incluindo o presidente) tentam corrigir a situação, acabando por consultar o Dr. Fantástico, um estranho especialista em poderio nuclear que já foi membro do Partido Nazista durante a Segunda Guerra Mundial (até ser recrutado pelos EUA quando a guerra acabou). Baseado em um romance de thriller político, o filme, em uma pegada satírica e um humor negro muito afiado, marcou a época por trazer representações (algumas bem exageradas) das tensões políticas daquele momento, além de proporcionar, talvez, a melhor performance da carreira de Peter Sellers (que lhe rendeu sua primeira e única indicação ao Oscar de Melhor Ator) que interpreta três personagens diferentes: o Capitão Lionel Mandrake, o Presidente Merlin Muffrey e o Dr. Fantástico (o bizarro personagem-título que, na versão original, garantiu ao diretor suas primeiras indicações ao Oscar de Melhor Direção, Roteiro Adaptado e Filme). Por causa desse filme, seus projetos seguintes tiveram pleno domínio criativo nas suas mãos, marcando um novo momento em sua carreira e, foi sabendo disso, que ele iniciou seu projeto mais ambicioso. Ele passou os 4 anos seguintes trabalhando numa das maiores obras de ficção científica da história: "2001: Uma Odisseia no Espaço" (1968). 

Produção do filme "2001: Uma odisseia no espaço".
Fonte: Stanley Kubrick - Ausstellung Exhibition.

Com o auxílio de Arthur C. Clarke (corroteirista e autor do livro do mesmo nome, que foi escrito concomitantemente ao filme) Kubrick expandiu a concepção do que poderia ser a ficção científica da época ao apresentar um longa-metragem (incutido de 3 histórias) que apresentava questionamentos existenciais sem se restringir totalmente a uma visão antropomórfica do cosmos, aos colocar seres humanos no filme em contato com um objeto que vai além de sua compreensão lógica.

Nessa produção, Kubrick dá vazão a um movimento de enriquecimento da semiótica de seu trabalho. Se em "Dr. Fantástico" já é possível ver um comentário mais claro das relações entre poder e sexo ou o militarismo americano e a construção da masculinidade (elementos inteligentemente explorados pelo senso de humor das situações) na sua construção simbólica, aqui ele inicia um processo de construção que expande as representações de sua mise-em-scène. Desde a música de abertura "Also sprach Zarathustra" de Richard Strauss (em referência à "Assim Falou Zarathustra" de Niietzche) ao famoso cut que marca a transição do osso usado como ferramenta de batalha pelo que seriam os ancestrais do homo sapiens para uma estação espacial, que marca brilhantemente a transição temporal do filme, entre outros mecanismos narrativos cuidadosamente inseridos pelo diretor.  Ele passa, a partir desse filme, a abordar as questões e camadas de seus filmes de uma maneira mais complexa (e quase hermética para alguns), que serão responsáveis por elevar as considerações quanto ao seu trabalho, sua intelectualidade e a influência de sua filmografia no cinema e nas maneira de se fazer cinema.

O crítico de cinema Michel Ciment define, em seu livro-coletânea "Kubrick", que "2001: Uma Odisseia no Espaço" marca um momento na filmografia de Kubrick em que ele se dedica a criar suas obras a partir de bases mais fantásticas. Tendo iniciado esse momento durante a feitura de "Dr. Fantástico", ele desenvolveu seus projetos por cerca de 20 anos, construindo-os em torno de universos ficcionais de melhor lógica interna restrita, com exceção apenas de "Barry Lyndon" (1975) que funciona melhor como um retrato pictórico da nobreza inglesa do século XVIII.

Em "Dr. Fantástico" testemunhamos uma realidade que será destruída por um bombardeio nuclear irrefreável, que foi motivado por circunstâncias pessoais e irreais. Em "2001: Uma Odisseia no Espaço" acompanhamos a realidade da humanidade em momentos diferentes de sua história (na maior parte em um futuro mais moderno e distante) interagindo com diferentes formas de tecnologia (conscientes ou não). Em "Laranja Mecânica" (1972), longa-metragem seguinte ao lançamento de "2001", retrata a vida de Alex DeLarge (brilhantemente interpretado por Malcolm McDowell), que é um jovem membro de uma gangue que aderiu a "ultraviolência" em seus ataques randômicos (toda a história é apresentada num futuro distópico, mas não tão distante assim). Por fim, em "O Iluminado", de 1980, (que, na visão de Michel Ciment, encerra esse período de representação fantástica) Kubrick apresenta a história de uma família que, lentamente, é levada à loucura após viver por algumas semanas dentro de um grande (e antigo) hotel durante o extremo inverno - filme que se tornou um dos mais reverenciados (e referenciados) filmes de terror da história do cinema.

Apesar de diferentes em suas representações e gêneros, todos os filmes carregam em comum (como característica principal) um deslocamento da realidade, que só é suscitada por elementos corriqueiros, mas que é marcada por representações distantes do real; desde, por exemplo, da realidade política, que é fragilmente abalada de maneira cômica e exagerada (em "Dr. Fantástico"), à percepção psíquica do real pelos personagem em cena (em "O Iluminado"). Essa distância do real é um dos fatores que permitem a amplitude das interpretações que o trabalho de Kubrick possibilita.

Durante os anos seguintes ao lançamento de "O Iluminado", Kubrick se dedicou a uma séria de projetos que não seguiram em frente. Seu maior projeto - que nunca foi lançado - foi uma biografia de Napoleão que, desde a conclusão de "2001", nunca saiu efetivamente do papel, mesmo tendo um trabalho de pesquisa e de pré-produção extenso e extremamente detalhado. Apenas outros dois projetos foram lançados nos 19 anos seguintes. Os dois últimos trabalhos de Kubrick marcam uma certa junção desses dois elementos de suas produções anteriores - a realidade fantástica e o real pictórico (apresentado em "Barry Lyndon").

Em 1987 ele lançou seu penúltimo filme: "Nascidos para Matar" (em inglês "Full Metal Jacket"). Nesse filme acompanhamos o soldado Davis, apelidado de "Joker" pelo sargento Hartman, em dois períodos diferentes de sua vida militar: durante seu treinamento militar e depois da sua atuação como oficial-jornalista no Corpo de Fuzileiros Navais na cobertura da Guerra do Vietnã. Com uma representação extremamente crítica da guerra (especialmente por tratar-se da infame Guerra do Vietnã), o filme teve um lançamento marcante, muito graças, também, às grandes interpretações de Vincent D'Onofrio e R.Lee Harmey, como o soldado Pyle e o sargento Hartman, respectivamente. O filme foi inteiramente filmado na Inglaterra, incluindo as sequências da guerra, marcando esse processo do diretor de produção de uma realidade "fantástica". Somente um ano depois desse lançamento seria lançado o seu, então, último longa-metragem.

Em 1999 é lançado "De Olhos Bem Fechados", seu último filme. Nele acompanhamos a breve trajetória "delirante" de Bill Harford (interpretado por Tom Cruise) que, após saber dos desejos que sua esposa Alice (interpretada por Nicole Kidman, na época também casada com Tom Cruise na vida real) sentiu por outro home em uma viagem, começa a perder-se cada vez mais em seus pensamentos carregados de ciúmes, que o motivam a entrar em uma série de situações suspeitas e perigosas. Com uma atmosfera enevoada e muito mais semelhante a fabulação de um sonho, o diretor apresenta ao público um mundo inescrupuloso da classe alta de Nova Iorque (cidade que foi construída na Inglaterra para as gravações do filme, com "erros arquitetônicos" propositais para a composição atmosférica dissonante) que existe muito bem escondida dos olhos comuns, por onde o protagonista se vê, ingenuamente, inserido.

Baseado no livro "Breve Romance de Sonho", de Arthur Schnitzler (livro que Kubrick tinha interesse de adaptar desde o início de sua carreira), o longa explora temas como o controle em um relacionamento, as regras não ditas sobre sexo e casamento, a construção da masculinidade e os limites do desejo em relação ao cotidiano. Mesmo sendo lembrado nos dias de hoje com admiração, o longa foi recebido com certa frieza pela imprensa, frieza essa que o próprio diretor não pode testemunhar. Uma semana após terminar a edição final do filme, Kubrick faleceu enquanto dormia por causa de um ataque cardíaco, o que o impediu de presenciar o lançamento do filme que ocorreu somente 4 meses após a sua morte.

Stanley Kubrick faleceu aos 70 anos, em 7 de março de 1999. Teve 3 casamentos, sendo o último com Christiane Kubrick com quem viveu por mais de 40 anos, até o momento da sua morte, e com quem teve 2 de suas 3 filhas. Ele deixou uma das mais importantes e influentes filmografias da história que continua a cativar as novas gerações.

quinta-feira, 6 de julho de 2023

Cinema: a vida e a carreira de Fritz Lang

Fritz Lang - Para além das fronteiras do tempo
Por Anthony M. D. Muniz

"Devo dizer que eu era uma pessoa visual. Eu experimento com meus olhos e nunca,  
ou raramente, com meus ouvidos... para meu constante pesar." - Fritz Lang.

Fritz Lang (1890-1976) é uma daquelas figuras icônicas do cinema - ou mesmo da arte, num sentido geral - que se mostra imprescindível para a ideia do que se entende por cinema nos dias de hoje.

Fritz Lang - 1969 (Wikipédia).
Nascido em 5 de dezembro de 1980, em Viena, numa Áustria pertencente a uma Europa pré-guerra - hoje tão distante, fantástica e fantasmagórica quanto seus filmes - Fritz Lang pode testemunhar várias mudanças drásticas pelas quais o  mundo passou após a virada do século XX. E, para além do simples testemunho, foi um importante participante dessas transformações, pois acabou se tornando um dos mais célebres diretores de cinema e desempenhou um papel indispensável nessas primeiras décadas de existência do cinema, e no que tornar-se-ia essa arte até os dias de hoje.

Formou-se em arquitetura pela Universidade de Viena e, por alguns anos na década de 1920, exerceu o ofício de pintor. Após casar-se com a atriz, cineasta, roteirista e escritora alemã Thea von Harbou, em 1922, Lang tornou-se um cidadão alemão. Ainda assim, sua estreia como diretor já havia ocorrido um ano antes com o filme "A Morte Cansada", já tendo sua futura esposa como fiel roteirista de seus filmes, durante sua primeira fase na Alemanha. Nos anos seguintes produziu obras como "Dr. Mabuse, o Jogador" (1922), "Os Nibelugnos - A Morte de Siegfried" (1924) e "A Vingança de Kriemhilde" (1924) que, junto a outros grandes diretores como F. W. Murnau (1888-1931) e Robert Wiene (1873-1938), compôs parte do que foi o Expressionismo Alemão, movimento artístico inserido na pintura, escultura, literatura e, também, no cinema, sendo uma das mais importantes vanguardas europeias entre o final do século XIX e início do século XX. Ainda assim, o envolvimento com esse movimento aconteceu a partir de uma certa distância como uma reação natural ao que era produzido naqueles anos. Essa era, pelo menos, a impressão do próprio diretor, ao ser perguntado em uma entrevista para a revista francesa Cahiers du Cinéma, o quanto havia sido influenciado, ou em que medida ele havia reagido contra a corrente expressionista, ele disse: "Fui muito influenciado. Não se pode atravessar uma época sem receber alguma coisa dela".

No entanto, mesmo sendo durante esses primeiros anos um cineasta de sucesso - tanto dentro quanto fora da Alemanha - foi com o seu filme seguinte que o mito em torno de sua obra começou a se erguer. Em 1927 ele lançou seu mais icônico filme: "Metrópolis". A partir do roteiro escrito por sua esposa, baseado no livro de mesmo nome, também escrito por ela, o filme narra uma aventura épica em uma cidade futurista (no ano de 2026) na qual a sociedade é dividida em duas classes: a elite (chamada de "planejadores") que vive uma vida de muito lazer e habita na área superior da cidade, com paisagens belas e movimentadas, embaladas por tecnologias que tornam o convívio ágil e moderno, além de possuir uma arquitetura longilínea, de linhas retas e limpas; e uma classe "trabalhadora", enclausurada na área inferior, trabalhando por dez horas diariamente e sendo completamente impossibilitada de acessar o conforto disponível aos que vivem na parte superior da cidade. Essa divisão fortemente estabelecida começa a ser abalada quando o filho de um dos maiores planejadores se apaixona por Maria, uma trabalhadora da área inferior. Então, uma sucessão de acontecimentos instaura uma revolução lenta e implacável.

Fonte: Imagem do Youtube.

Esse foi o projeto que melhor sacramentou seu nome na história do cinema, pois acabou se tornando uma das mais influentes obras de ficção científica, apresentando um mundo "palpável" muito próximo das estruturas sociais da época e que apresentava um vislumbre muito mais distópico do futuro da humanidade se comparado a outras criações produzidas na época. A estrutura narrativa e a construção dos personagens, assim como a arquitetura da cidade e dos edifícios juntamente com o design da robô apresentada na produção, influenciaram diretamente produções como "Star Wars", "Blade Runner", "De Volta para o Futuro" e "Batman" (1989), entre muitas outras obras de diferentes mídias. Nas palavras do crítico de cinema Roger Ebert, o filme "é o ponto culminante do expressionismo alemão, a combinação de estilizados cenários, dramáticos ângulos de câmeras, sombras audaciosas e performances propositadamente teatrais".

Essa influência foi ampliada, também, com o auxílio do livro publicado anteriormente ao filme, escrito pela própria roteirista Thea von Harbou. Nele é possível ter uma visão mais detalhada da história e uma ampliação na simbologia da obra, utilizando de referências "esotéricas" e religiosas, coisa que é negligenciada pelo filme, focando muito mais na "ciência" da narrativa e em suas implicações naquela sociedade. É notável, também, o apagamento da memória da escritora, que foi crucial para a criação da produção; acredita-se que houve tal apagamento devido a sua identidade de gênero e por seu posicionamento fascista e sua atuação como membro do Partido Nazista - ela faleceu em 1954 ainda cumprindo pena pelos seus crimes.

É interessante observar, também, a maneira como alguns símbolos foram posteriormente apropriados pelo Partido Nazista na figura profetizada pela personagem Maria, que seria uma espécie de "salvadora" das classes mais baixas (na época terrivelmente afetadas pelo fim da Primeira Guerra Mundial) que combateria "as populações mais ricas e intelectualizadas" com o intuito de trazer igualdade e prosperidade para a população; um tipo de esvaziamento de sentido comumente feito pelos fascistas.

O filme inicialmente tinha uma duração de quase duas horas e meia, mas, devido à baixa bilheteria, a distribuidora decidiu reduzir a duração do filme retirando diversas cenas até que a produção tivesse menos de duas horas. Isso fez com que, por muitos anos, o filme apresentasse uma versão retalhada e inconclusiva da história, pois essas cenas cortadas acabaram sendo perdidas nos anos seguintes. Apenas em 2008 que foi encontrada uma versão mais longa (faltando apenas duas cenas) e próxima da versão original em um museu na Argentina, o que permitiu o acesso mais completo à obra pelo grande público de hoje em dia. É possível encontrar essa versão em alta resolução no Youtube, por exemplo.

O sucesso de "Metrópolis" seria seguido por outras duas produções: "Os Espiões" e "A Mulher na Lua", que carregavam um detalhe em comum com todos os outros filmes feitos anteriormente pelo diretor: todos eram "filmes mudos".

Mas tudo isso mudou com "M - O Vampiro de Düsseldorf". A partir desse filme, o diretor passou a utilizar o som como importante ferramenta para contar suas histórias e, fugindo do padrão hollywoodiano da época (que consistia em usar longas sequências de música para ostentar a nova funcionalidade), ele o usou de maneira extremamente seletiva, escolhendo momentos específicos em que o som tomava o devido protagonismo e conduzia a narrativa. A trama acompanha uma cidade alemã que começa a ser assombrada por um assassino de crianças, que as rapta em plena luz do dia. O status social dessa cidade é abalado, pois a polícia encontra dificuldades para identificar o culpado. Com isso, os grupos criminosos das redondezas decidem encontrar o assassino e "definir sua sentença".

Com um aspecto sombrio e uma edição ágil, o diretor apresenta as sequências de suspense de maneira comedida e pouco expositiva, focando numa tensão crescente (desde o assobio que o criminoso faz antes de cometer seus crimes ao desespero daqueles que tiveram seus filhos sequestrados) e em cenas de investigação em que o público compartilha o raciocínio dos investigadores. As sequências de investigação no filme foram essenciais para uma série de técnicas, padrões e clichês que muitos filmes do gênero policial acabaram se apropriando, das produções mais antigas como "O Falcão Maltês", de 1941, às mais contemporâneas como "Seven - Os Sete Pecados Capitais", de 1995.

Para além do valor histórico e iconográfico, o filme "M - O Vampiro de Düsseldorf" reflete sobre a turbulência social pela qual a Alemanha passava durante aquele início de década (em que o Partido Nazista começava a ganhar protagonismo) e, no terceiro ato do filme, levantava um interessante debate a respeito da morte do criminoso (sendo esse o desejo da população e dos criminosos daquele local).  Seria a morte do criminoso justa? Realmente traria algum benefício para a sociedade? - debate que é inteligentemente passado ao público com o final em "aberto" deixado pelo filme.

Seu filme seguinte  marca um momento crucial em sua vida. Em 1933 ele lançou "O Testamento de Dr. Mabuse", continuação do filme mudo de 1922, "Dr. Mabuse, o Jogador", em que o vilão (e personagem-título do filme) utiliza-se de discursos parcialmente inspirados nos lemas nazistas propagados na época. Esse detalhe marcou o momento em que o diretor deixou claro sua discordância com o Partido Nazista que, nesse mesmo ano, tomou o controle do parlamento e no qual Adolf Hitler foi nomeado chanceler. Nesse ano, Fritz Lang (que tinha uma ascendência judia por parte da família da sua mãe) abandona a Alemanha com destino aos Estados Unidos da América. Nessa partida, ele se divorcia de sua mulher, que era membra do Partido Nazista e havia decidido continuar no país.

Ao chegar nos Estados Unidos, ele precisou reestabelecer sua carreira, iniciando assim uma série de produções americanas dedicando-se, principalmente, a filmes do gênero policial. A sua contribuição para esses tipos de filme, mesmo não sendo tão celebrada quanto suas obras feitas na Alemanha, foi essencial para a construção do que seria chamado de Cinema Noir, que caracterizava-se por histórias sombrias, realistas e até mesmo pessimistas, que eram compostas por personagens moralmente ambíguos (geralmente interpretados por atores não tão consagrados) e com cenários urbanos nada luxuosos, com uma atmosfera muito bem delimitada pelo uso das sombras, permeada de dramas niilistas, cheios de desconfiança e paranoias.

Após quase duas décadas trabalhando com sucesso nos EUA, ele retornou a Alemanha para a realização de suas últimas obras. Foram produzidos em 1959 os filmes: "O Tigre da Índia (O Tigre de Bengala)" e o "O Sepulcro Indiano", sendo este segundo uma continuação do primeiro e, para finalizar, "Os Mil Olhos de Dr. Mabuse", terceiro e último filme sobre o personagem-título.

Não encontrando o mesmo sucesso nesses filmes se comparado ao período em que, na Alemanha pré-guerra, decidiu voltar aos EUA e se aposentar. Faleceu, já quase cego devido à idade, em Beverly Hills, na Califórnia, em 2 de agosto de 1976.